25 de abril de 2012

O Enquadramento

As linhas imaginárias ao se cruzarem, orientam a composição ideal.
Várias câmeras digitais, possuem visor com a grade para orientação.
Fotografia, não é tiro ao alvo, nem a câmera fotográfica é um rifle! Evite fazer fotos, onde o assunto esteja enquadrado exatamente no centro do visor de sua câmera. Isso resulta em uma imagem sem graça, pois não existe um ponto de interesse na imagem. Por que será, que existe essa tendência de centralizar o assunto no visor da câmera? Durante muitos e muitos anos, foi difundido esse terrível procedimento, pelos fabricantes de câmeras e filmes, para evitar o corte acidental, principalmente nos retratos de pessoas. Naquela época o visor das câmeras não eram lá muito exatos e o que voçê visualizava, nem sempre correspondia ao resultado da foto copiada no papel. Era comum, o corte indesejado, degolando pessoas ou desaparecendo com detalhes importantes da composição fotográfica. Isso se devia ao famoso, "Erro de Paralaxe", provocado pelas posições diferentes, entre o visor e as objetivas das câmeras fotográficas, da época. Com o advento das câmeras, com a visualização  através da objetiva, esse problema foi solucionado, mas, as pessoas ainda insistiam em enquadrar as suas fotos, de forma condicionada, como lhes fora ensinado: como quem pratica tiro ao alvo. Na mosca!
Uma fotografia composta com pontos de interesse em excesso, também acaba por não atrair a atenção para nenhum deles. Por isso uma composição mais simples é muitas vezes mais eficiente, para transmitir uma idéia ou sensação agradável, do que uma panorâmica confusa que mostra tudo (numa paisagem), sem realçar nada. A seleção consciente daquilo que se vai incluir numa fotografia é um passo fundamental para obter um bom resultado. O fotógrafo tem que ser capaz de organizar aquilo que quer mostrar, na suas fotos. Uma forma prática, de resolver o enquadramento, é dividir (mentalmente), o quadro em duas linhas verticais e duas horizontais, em espaços iguais, formando uma espécie de grade. Nos cruzamentos dessas linhas verticais e horizontais, se encontra o melhor ponto de interesse do assunto fotografado. Esse cruzamento das linhas, é chamado de Ponto Áureo, ou Regra dos Terços. Isso, é conhecido desde tempos imemoriais, pelos artistas, pintores e desenhistas, para estabelecer uma boa composição do quadro, chamando a atenção do olhar do observador, para um determinado ponto da imagem. 
Então, se você se depara com uma paisagem, onde podem ser encontrados animais pastando no campo e você considera que isso é importante na composição, coloque os animais em um dos cruzamentos imaginários das linhas verticais e horizontais. Experimente fotografar o mesmo assunto, colocando os mesmo animais no centro do quadro e compare os resultados. Você vai perceber que a foto utilizando a regra dos terços, é bem mais interessante e dinâmica.
A escolha da objetiva também é importante, pois ela determina a perspectiva da fotografia: as objetivas de grande angular aumentam as distâncias aparentes e as teleobjetivas reduzem-nas. Todas as câmeras digitais dispõem do recurso do zoom, que proporciona a aproximação (teleobjetiva), ou o afastamento (grande angular), da cena. A rigor, as lentes zoom, são várias lentes em uma só. É preciso escolher a distância focal, com critério. Se você pode se aproximar do assunto, melhor! Se não, use a zoom, até poder encontrar o enquadramento correto, eliminando da composição da sua foto, os 
elementos que lhe pareçam  desnecessários.
Em seguida, há que escolher o local ou posição, a partir de onde se fotografa. Qual será o melhor ponto de vista, ao nível dos olhos, da cintura ou junto ao chão? Depende do que você quer mostrar e qual elemento da fotografia, você quer destacar. Uma fotografia do mar, por exemplo, nunca coloque a linha do horizonte exatamente no meio do quadro. Isso tornaria a sua fotografia, absolutamente sem vida, sem um ponto de interesse. Use a regra dos terços e coloque o céu ou o mar, em dois terços do quadro. Depende dos elementos que você pretende valorizar. Na concepção clássica, dos pintores ocidentais acadêmicos, a composição era dividida em primeiro plano, plano intermediário, fundo e céu. A proporção de 1/3 de céu 2/3 de terra ou mar é útil, também para a composição fotográfica, pois a mente humana (ninguém sabe exatamente porque) tem a tendência de considerar essa composição satisfatória e harmoniosa.
Em todas as câmeras podemos ainda escolher a orientação da imagem, seja na horizontal ou na vertical, já que o quadro das câmeras, quase sempre, é retangular. Apesar de ser mais fácil fotografar com a imagem horizontal, vale muitas vezes, à pena experimentar a outra opção, pois o ambiente da fotografia resulta muito diferente. Recomendável evitar erros, comuns, de enquadramento, ao fotografar (um edifício, ou uma árvore, por exemplo), onde o assunto predominante, tem orientação vertical, com o enquadramento do visor da câmera, na posição horizontal. O mais natural seria virar a câmera para a orientação vertical, obedecendo à forma do assunto. Por outro lado, se você que mostrar o mar ou qualquer outra paisagem, a orientação lógica seria a horizontal. Muitos iniciantes, entusiasmados e sem pensar direito, no que estão fazendo, cometem esse equívoco. Às vezes, por pura imitação, porque observaram fotógrafos profissionais, utilizando essa alternativa e o gesto lhes pareceu muito elegante!

24 de abril de 2012

Safaris Fotográficos

Itacoatiaras do Ingá- Ingá-PB                                    ©Guy Joseph
 

Fotografar é muito bom. E, fotografando por prazer e em grupo, é muito melhor ainda! Atividades que tragam a possibilidade de unir fotografia e convívio social são muito bem vindas. Até, para mostrar que existem outras modalidades de lazer, que não seja só, beber cerveja. Nada contra! Sem nenhuma discriminação, é preciso sair do massificante conceito (um verdadeiro e equivocado condicionamento cultural), do consumo de bebidas alcólicas, como única forma de diversão, que se alastrou pelo País. 

Com a revolução da fotografia digital, a difusão do ato de fotografar e a popularização das câmeras digitais, muitas pessoas vêm descobrindo o prazer de fotografar. Junto a isso, temos a possibilidade da criação e desenvolvimento de atividades que visam o incentivo ao uso da fotografia e a inter-relação com outros assuntos, como a preservação do meio ambiente ou o esforço para a conservação do nosso riquíssimo e, quase sempre, abandonado patrimônio histórico. O objetivo é insentivar a captura de imagens, em expedições a parques ou locais onde a natureza possa e esteja sendo preservada. Posso garantir que é bem melhor do que o predador esporte da caça. E a natureza, com certeza, agradece. Por conta disso, já existem concursos fotográficos, para amadores e profissionais, cujos temas, são a natureza e sua cobertura vejetal ou os pássaros, em seu habitat natural. 

A minha experiência, como participante de diversos Safaris Fotográficos, onde a minha atuação se dá como instrutor de fotografia, posso dizer que, o resultado tem sido surpreendentemente gratificante para todos os envolvidos, nesses eventos fotográficos. Eu mesmo, além de estar difundindo e transmitindo meus modestos conhecimentos fotográficos (com muita satisfação), tenho aprendido muita coisa, no convívio com as pessoas, com as quais tenho tido a oportunidade de conhecer. Para mim, tem sido uma rica experiência humana. Um excelente exemplo, são os clubes de jipeiros, que se organizam em passeios e trilhas, curtindo o prazer de dirigir, antigos e recuperados Jeep's. Quase todos os participantes desse tipo de passeio, levam suas máquinas ou celulares com câmeras, para registrar as imagens do alegre e divertido encontro.
Mas, porque esse tipo de atividade e lazer é importante? Em primeiro lugar, porque a grande maioria dos cidadãos não tem conciência e conhecimento ou  não se importa com sua história ou com o patrimônio público. Por isso é que tantas áreas de convívio social são pichadas e depredadas. Fazer com que as pessoas reflitam através das imagens que vão ser captadas mostradas e até expostas, em ambientes públicos, é uma pequena contribuição de nossa parte para a conservação desses locais. Um segundo ponto importante, com relação ao patrimônio histórico, é mostrar que ele existe e que precisa ser conhecido e protegido. E por último, mas não menos importante, a coisa toda é muito divertida! Essa categoria de atividade tem se espalhado com muita frequência por várias partes do Brasil. Se você gosta de fotografia e tem espírito de desafio e aventura, então essa é sua praia. Chame a turma, para organizar o seu próprio Safari Fotográfico!