Detalhe das inscrições rupestres, no monólito, das Itacoatiaras do Ingá. ©Guy Joseph
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Sítio arqueológico das Itacoatiaras do Ingá - Ingá do Bacamarte-PB ©Guy Joseph |
Ao chegar pela primeira vez, ao local das Itacoatiaras do
Ingá, me pego contemplando as inscrições rupestres, de que tanto já ouvira
falar e ver (através de fotos, de outros fotógrafos). Me flagro, sem saber por
onde começar. Afinal de contas, milhares de pessoas e fotógrafos, inclusive, já fizeram imagens da Pedra do Ingá... o que
poderia eu, estar fazendo de novo? Que anglo surpreendente ou que recursos poderiam
ser utilizados, para fazer a diferença, com imagens de um assunto, já tão divulgadas
e conhecidas de todos?
Sentado em cima da pedra, comecei a olhar com mais
atenção, ao cenário em volta... é isso, o cenário! Poucos devem ter prestado
maior atenção à paisagem em volta, fascinados pelo mistério das inscrições.
O cenário onde se situa o monólito da Pedra do Ingá é
cercado de muitas pedras menores, como se estas, tivessem se fragmentado, de um
grande bloco. Tudo é intrigante, nessa paisagem! O rio Ingá, em queda, sobre as
rochas, se aloja em locas, formando pequenos lagos. Depois corre solto em seu
curso e destino. A vegetação rústica, a tudo assiste e resiste, ao sol, ao
clima e ao solo, que não a favorece. Há uma sensação de desolação na paisagem.
Ponho-me a fotografar, deixando de lado as inscrições da
Pedra do Ingá, procurando descobrir o que poderia ter acontecido, por ali, há
centenas de milhares de anos. E deixo a minha imaginação viajar ao passado,
afinal das contas, muito se pesquisou, muitas teorias foram formuladas e até
hoje, não se chegou a um resultado incontestável... deixo a fantasia se
desenvolver, livre, onde visualizo um imenso bloco erguido como um gigantesco
obelisco, sendo reverenciado pelos nativos, primitivos. E que, um dia, por
conta de movimentos de terra, a pedra tombou, fragmentando-se e espalhando
milhares de pedaços, ao redor. As águas, cheias, os ventos ou outros eventos
climáticos, trataram de cuidar do resto... pode ser que a minha imaginação
tenha me levado ao exagero, de uma verdadeira alucinação, mas que, naquele
instante, me proporcionou momentos de fascínio, enquanto registrava com minha
câmera fotográfica, as mais estranhas e perfeitas formas, esculpidas nas
rochas, que compõem o sítio arqueológico das Itacoatiara do Ingá.
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